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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

A recta final

Em Viagem - Dia 15

O último dia começou de forma relaxada. Após o pequeno-almoço no hotel fomos de encontro às ruas serenas de Asilah, inundadas por um sol imenso mas temperatura amena equilibrada pela próximidade do mar. Regressamos ao interior das muralhas para uma última incursão naquelas ruas estreitas onde, hoje com o sol mais alto, as cores reluziam com mais vida.
Seguimos depois em direcção a Tanger onde haveriamos de adquirir o bilhete de saída.
A concorrencia é feroz na venda de bilhetes para os ferrys. Em contraste com o lado espanhol onde nos dirigiamos ao balcão que queriamos, sem qualquer tipo de assédio, do lado marroquino são várias as tentativas de venda. Ao entrar no acesso ao porto então são vários os vendedores marroquinos que nos interpelam e nos fazem parar o carro para que lhes compremos os bilhetes sempre com a oferta de
descontos "especiais".
A aquisição do bilhete contabiliza o ingresso da viatura e mais um por cada pessoa, pelo menos em Espanha é assim. Os descontos marroquinos, viriamos a constatar, consistem em "oferecer" bilhetes de uma ou mais pessoas baseando-se no pressuposto que, à entrada para o barco ninguém presta muita atenção ao que está discriminado no bilhete.

Embarcamos no ferry rápido para Tarifa. A saída foi retardada por uma avaria no sistema de ancoragem mas a viagem foi rápida. As formalidades na fronteira espanhola também não demoraram muito, apesar do controlo apertado que é efectuado na tentativa de encontrar "coisas que fazem rir".

E pronto, já estavamos de volta à Europa. Apesar de termos ainda mais de 900 km pela frente, a proximidade de casa parecia ser muito maior.
Com mapas de Marrocos mas sem mapas de Espanha nem placas indicadoras muito esclarecedoras, ficamos com a sensação de ter efectuado alguns quilometros a mais e de termos andado "ligeiramente" perdidos na tentativa de encontrar o rumo para Portugal.
Mais cedo ou mais tarde entramos na direcção correcta e ainda fomos a tempo de jantar em Faro no mítico restaurante-tasca "Chalavar".

E assim, pela madrugada dentro, 15 dias e mais de 4.500 km depois, chegavamos ao o nosso ponto de partida - o
Porto.

@http://acaminhodemarrocos.blogspot.com

domingo, 13 de dezembro de 2009

Asilah

Em Viagem - Dias 14 e 15

Asilah foi conquistada pelos Portugueses em 1471 que aqui constituíram um dos seus principais portos em Africa e construíram as muralhas que ainda hoje delimitam a medina.
Em 1578 D. Sebastião partiu de Asilah para a batalha de Alcácer-Quibir, da qual não regressou, e Portugal acabaria por perder o porto para os Espanhois que ali permaneceram até 1691.

A Asilah dos nossos dias é uma cidade extremamente bonita e limpa.
As suas casas de toscos acabamentos, separadas por ruas estreitas e impecavelmente pintadas de banco e azul, espreitam o mar por cima das muralhas Portuguesas fazendo-nos pensar que fomos transportados para uma ilha grega.
É também conhecida pela cidade dos artistas. Aqui encontramos várias galerias de pintores e também diversas pinturas em várias paredes da cidade.
Actualmente é também um dos destinos de verão predilectos de Marroquinos e Espanhóis. A população passa de uma média de 12 mil pessoas durante o ano para 110 mil durante o verão.
A presença dos Espanhóis faz-se sentir não só pelo idioma que vamos ouvindo pelas ruas fora mas também nos restaurantes onde facilmente se encontram as tapas e as paelhas.
São também vários os Espanhóis que já se estabeleceram aqui gerindo pequenos noteis e restaurantes.

Como sabem segundo a religião os Árabes não podem beber bebidas alcoólicas e em Marrocos os bares e restaurantes que as vendam são poucos pois necessitam de uma licença para o efeito. Às refeições já nem contavamos com isso mas aqui, ao jantar, foi diferente:
- "Que querem beber?" perguntam-nos no restaurante, "querem cerveja?" continuou
- "Sim, mas vocês servem bebidas alcoólicas?" perguntamos nós
- "Sim, mas temos de disfarçar..."
E então vieram para a mesa 3 copos cheios de cerveja acompanhados de 3 garrafas vazias de "Sprite"!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Larache

Em Viagem - Dia 14

Já na recta final fizemos o nosso percurso pela costa atlântica de Rabat até Asilah.
Pelo caminho havíamos de parar em Larache.
É uma pitoresca cidade à beira-mar plantada onde se juntam uma costa rochosa ao largo da cidade, um extenso areal para norte, os tradicionais edifícios e mercados árabes e as influencias espanholas.
Essas são resultado da ocupação que "nuestros hermanos" impuseram no século 17 e saltam aos olhos em algumas edificações mas sobretudo na "Place de la Liberation". É tal e qual uma típica "plaza" espanhola mas sarapintada com recortes árabes.

Para trás do grande arco que se ergue ao centro da praça, entramos no mercado que, sendo pequeno, não podia ser mais típico e desprovido de qualquer espectativa turística: bugigangas, fruta, legumes, carne e sujidade, muita sujidade...

Para um momento de relax, se tomar um chá de menta na praça não for suficientemente convidativo, pela marginal fora encontramos vários cafés, restaurantes e gelatarias.

sábado, 7 de novembro de 2009

Rabat

Em Viagem - Dias 13 e 14

Depois de Marrakech, das montanhas que atravessamos, do norte e do deserto pensavamos que não haveria muito mais no restante do percurso que nos fosse encantar.
Estavamos pois enganados e haviamos de dar a mão à palmatória sobretudo em Rabat e Asilah.

Rabat é a capital politica de Marrocos apesar de ser Casablanca o principal centro económico e a maior cidade do País. Sobra assim fôlego para que Rabat viva no meio de muito menos confusão, seja mais organizada e interessante.
O resultado do cruzamento da cultura e arquitectura árabes com os edifícios coloniais e a organização europeia é fascinante.
Rabat vive à beira-mar separada por um rio de Salé, cidade irmã e colónia balnear.

Na capital, entre outros lugares, visitamos a pitoresca medina coloria de azul e branco, muito limpa e protegida entre imponentes fortificações. Fomos também aos souks, sem a confusão que vimos nas outras localidades e onde é possível comprar muito mais barato do que na maior parte das cidades onde estivemos antes. Sobrou ainda tempo para uma visita exterior ao palácio real onde habita o Rei Mohammed VI, o mausoléu Mohammed V e a torre Hassan.


sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Casablanca e El Jadida

Em Viagem - Dias 12 e 13

Saídos de Marrakech dirigimo-nos para o litoral Atlântico de Marrocos.
Encontramo-lo em El Jadida cidade cujo centro histórico é conhecido cidade Portuguesa.
Foi um dos bastiões Portugueses em Marrocos nos descobrimentos. O forte que os nossos antepassados construíram, após a sua saída, viria a ser ocupado pelos árabes e a hospedar a medina local.
Esquecendo a cidade que cresceu à sua volta, dentro daquelas muralhas sentimo-nos num ambiente familiar de cenário similar ao que encontramos em muitas cidades no nosso País.

Na manhã seguinte seguimos viajem em direcção a Rabat mas pelo caminho tínhamos 2 paragens programadas: Azemour - uma pequena cidade também fundada pelos Portugueses - e Casablanca.

Casablanca é, em termos económicos, a principal cidade de Marrocos e uma das 4 maiores metrópoles do continente Africano.
A nossa experiência de Casablanca não foi muito grande uma vez que nos limitamos a atravessar a cidade até à grande mesquita e volta-la a atravessar novamente ao encontro da saída para Rabat.
Contudo o que vimos não nos entusiasmou a procurarmos descobrir muito mais: largas avenidas, trânsito caótico, muitos edifícios e poucos deles interessantes.
Vir aqui vale sobretudo pela grande mesquita erguida em homenagem a Hassan II. A mesquita é absolutamente imponente e magnificamente situada à beira-mar.
É a terceira maior mesquita do mundo e uma das duas únicas em Marrocos abertas às visitas de não muçulmanos. A outra fica perdida algures no Midelt.
A construção é recente, começou em 1980 e terminou em 1993, mas não impressiona menos que as imponentes construções do mundo antigo.

O minarete de 210 metros de altura é o mais alto do País tendo no seu topo um laser que indica a direcção de Meca. Tem uma capacidade para 25000 fiéis e na sua decoração trabalharam mais 6000 artesãos.
Vale muito a pena ver esta mesquita mas tenham em atenção que, para visitar o seu interior, só o é possível numa das 4 visitas diárias sendo que a última era às 14h. Sendo assim, se quando forem a Marrocos desejarem visitar a grande mesquita confirmem previamente as horas e eventualmente dias em que o é possível fazer.

domingo, 11 de outubro de 2009

Marrakech, a Cidade Nova

Em Viagem - Dias 9, 10 e 11


O restante da estadia em Marrakech foi dedicada à parte nova da cidade, a "Nouvelle Ville" ou, como o Filipe insistia em lhe chamar, a "Villeneuve".
Esta parte da cidade, a que fica fora das muralhas da medina, contrasta em praticamente tudo com a parte antiga. A única coisa que se mantém será possivelmente a tonalidade avermelhada dos edifícios. Aqui, a tinta empresta aos edifícios, que são mais altos e modernos, a cor das construções antigas, toscas e feitas à base de pedras, palha e barro.


Também as largas e organizadas avenidas, ladeadas dos tais edifícios modernos, lojas ocidentais e polvilhadas com árvores e palmeiras contrastam com as ruas estreitas, labirinticas e confusas da medina, ladeadas de casas típicas e comercio tradicional.


Para além disso são famosos, na Marrakech nova, os seus jardins. Nós visitamos dois: o Majorelle e o Menara.


O final da estadia nesta mágica cidade foi dedicado ao relax e também às compras, mas só para alguns :)
Para descansar e recuperar do esforço de uma viagem de muitos quilómetros e longas caminhadas, recomenda-se desfrutar das espreguiçadeiras do terraço da Riad ou então frequentar os "Hammams", os banhos marroquinos, onde podemos fazer uma espécie de banho turco, esfoliação e massagens. Nós, foi o que fizemos...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Na Medina de Marrakech

Em Viagem - Dias 9, 10 e 11

Em Marrakech todos os caminhos vão dar à praça Jemaa El Fna. Fica localizada no coração da medina e da cidade antiga, mesmo ao lado da Koutobia - uma das mesquitas mais importantes de Marrakech, cuja torre é visivel de quase toda a cidade.

A praça é agitadissima durante todo o dia com o seu comercio, encantadores de serpentes, musicos, espectaculos de rua, tatuadoras de hena e barraquinhas daquele maravilhoso sumo de laranja natural. À noite enche-se de ainda mais vida, cor e cheiros que nos chamam para as barracas de comida.
Aqui vêm dar também algumas das principais avenidas da cidade por um lado e por outro as ruas que nos levam para os souks e mercados em calçadas estreitas, quase labirinticas e que parecem não ter fim.

Vagueamos pela medina. Praça Jemaa El Fna, Koutobia e seus jardins, Bahia Palace, Tumulos Saadian, Souk das Especiarias, Souk dos Tapetes, Souk das lãs de mil e uma cores, Fonte Mouassine e mais uns quantos mercados, souks e fondouks. Pelo meio muitas vezes nos perdemos mas isso, acho, é mais bom que mau porque há sempre algo inesperado que se encontra.
Também não abdicamos de almoçar na praça, tomar um chazinho na Dar Cherifa (uma Riad do século 15) e ver o pôr do sol de um cafés nos terraços que rodeiam a Jemaa El Fna.

Para a despedida de Marrakech decidimos presentearmo-nos com um jantar no Narwama. Um jantar de estilo Marroquino e Tailandês um bocado carote (upa upa) mas a comida era deliciosa e o mojito então... O local é fabuloso. Uma Riad antiguissima, toda remodelada com extremo bom gosto e requinte onde à decoração marroquina são acrescentados alguns pormenores orientais como algumas imagens budistas e bambus que se ergem no jardim central a toda a altura da Riad.

sábado, 3 de outubro de 2009

Marrakech, a chegada

Em Viagem - Dias 9, 10 e 11

A chegada a Marrakech foi como aterrar numa grande confusão.
Um trânsito completamente anarquico no meio do qual tinhamos de encontrar o caminho para a Riad que tinhamos marcado pela net.
Primeiro passo: tentar manter uma trajectória linear sem mudanças de direcção para não sermos atingidos por um dos projecteis em movimento.

Marcamos o alojamento na Riad Sofia através da internet. Foi um achado, um preço bem abaixo da média e de qualidade bastante boa, como viemos a confirmar, a 15 minutos a pé do coração de Marrakech - a praça Jemaa El Fna.
Um óptimo negócio mas tinha de haver alguma desvantagem e essa era estar localizada no meio de uns quelhos onde nunca conseguiriamos chegar sozinhos. Mas em Marrakech tudo de arranja por alguns Dirhams.
Paramos o carro nas imediações da Riad sabendo que estavamos bem próximos mas sem saber lá chegar.
Perguntando a algum transiunte não falta quem nos leve ao local, e mais quem nos queira levar as malas e também quem nos arranje estacionamento para o carro. Na esperança de lucrar com isso obviamente.

Aliás este é um "problema" em Marrocos. Frequentemente abordam-nos com a conversa que só querem saber de onde vimos, conhecer-nos, que somos muito simpaticos, treinar a lingua e bla bla bla e acabamos com um "guia" colado a nós a mostrar-nos e explicar-nos os locais à medida que vamos caminhando. Fazer má cara, dizer que não temos dinheiro e que não queremos guia nenhum não é suficiente para os afastar. Até porque eles "não querem dinheiro, só ajudar". Claro que no final estendem a mão e ainda reclamam.
Pedir indicações a alguém também pode resultar na mesma situação. Só queremos saber se se vai pela esquerda ou pela direita mas insistem no "eu mostro-vos, sigam-me". E nós "não, não queremos, só queremos saber qual a direcção". Não adianta!
Claro que nem toda a gente é assim e alguns ficam mesmo contentes por ajudar e por indicar a direcção mas à partida é impossivel antever as intenções da pessoa com quem nos cruzamos.

Voltanto à Riad. Após intensa pesquisa na internet nas 2 semanas que antecederam a partida e de nos deparmos que os locais que tinhamos referenciado estavam cheios ou eram um pouco caros para o nosso orçamento, tivemos conhecimento da Riad Sofia por sugestão de outra Riad que contactamos.
Situada no meio de uns quelhos mas sem qualquer problema de segurança. Cheguei a circular por lá depois as 3 da manhã e tudo pacífico.
A Riad tem um ambiente muito acolhedor, um total de 7 ou 8 quartos em as pessoas eram bastante simpáticas.
Uma decoração tipicamente marroquina, pouco opulente mas muito gira e tipica. Como é normal nas Riads marroquinas, os quartos e as divisões dispoem-se em dois andares em redor de um pátio central em que o telhado é aberto. No pátio existe uma fonte ou, como neste caso, um banho ou mini-piscina. Lá em cima, o terraço é um pátio onde podemos apanhar banhos de sol ou ver o luar, à noite.

Já agora deixo o link da Riad - www.riadsofia.com - as fotos não são ficção, correspondem à realidade.
Caso estejam interessados contactem-os, os preços podem sem mais baixos do que os indicados.

A Caminho de Marrakech

Em Viagem - Dias 8 e 9

Partimos do Auberge du Sud em direccao a Marrakech onde haviamos de chegar no dia seguinte.
O plano que tinhamos tracado indicava-nos o caminho por Agdz, passando pelo vale Draa por ser o trajecto mais rapido. Gostariamos muito de ir "por cima" e passar pelas Gargantas de Todra mas a distancia seria muito maior pois teriamos no minimo de voltar a Erfoud para apanhar a outra estrada. Contudo, no Auberge, convenceram-nos de que valia mesmo a pena la irmos. A diferenca nao seria assim tao grande se seguissemos o trajecto inicial e depois atalhassemos por uma estrada secundaria que iria ter a outra estrada.
No entanto, ou a tal estrada era um caminho em terra e pedras que nos aparecem a direita ou de facto nao demos com ela. Ficamos assim pelo plano inicial.

Alias, no que diz respeito a estradas tinhamos sido avisados de que em geral seriam muito fracas mas nao tinhamos razao de queixa... ate agora. A nacional 9 que vai de Rissani (junto a Merzouga) para Ouarzazate é muito fraquinha. Atravessando largas planicies e planaltos aridos onde de vez em qundo aparecem oasis, a estrada é apertada, com buracos, tem varios trocos com muita terra e as vezes atravessada por riachos.
Entre Ouazazate e Marrakech o piso melhora mas voltamos ao Alto Atlas e a estrada enche-se de curvas apertadissimas ladeadas de ravinas altissimas.

As paisagens essas continuam a surpreender e a transformar-se com o avancar do alcatrao. Deserto, planicies, rochas, montanhas de varias cores e desfiladeiros enormes.

Pernoitamos em Ouazazate, cidade da qual nao ha muito para contar. Apenas que alberga os Atlas Estudios onde sao filmados alguns filmes americanos e nao so. "Kingdom of Heaven" e "Asterix e Obelix" sao alguns exemplos. O castelo da cidade de Jerusalem de "Kingdom of Heaven", feito a escala real numa estrutura de andaimes revestidos a gesso, ainda se mantem de pé no meio de uma planice deserta.

Mais a frente desviamo-nos da estrada por uns quilometros para visitar o impressionante Kasbah de Ait Benhaddou.

Outro dos avisos que recebemos de antemao foi para habilidade dos marroquinos para a conducao, ou falta dela...
Tambem confesso que, ate aqui, nao tinha achado muito pior que o que se ve as vezes em Portugal. A parte, claro, de umas ultrapassagens suicidas e de as motos nao obedecerem a qualquer regra de transito.
Mas depois entramos em Marrakech e a minha opiniao mudou completamente.
Estes Marroquinos ao volante sao doidos!!!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Deserto em Portugues Suave

Em Viagem - Dias 5, 6 e 7

O Auberge du Sud fica a distancia de uns 10 metros das dunas de Erg Chebbi. E como estar frente a frente com incontaveis ondas de areia.
A nossa chegada foi apenas a tempo do jantar e com um pneu furado de brinde, pelo aue ca em baixo ja nao havia muito para ver, mas la em cima...
Deitadados nas dunas, olhando para cima viamos o ceu estrelado deslumbrados como se fosse a primeira vez. Olhar para o ceu sem o minimo vestigio de nubolusidade e sem a interferencia das luzes que temos nas cidades permitenos ver as estrelas com muito maior clarividade.
Planetas, constelacoes, estrelas cadentes, a via lactea... E como ver-los com outra profundidade, em alta-definicao, ver mais longe do que estamos habituados.

O dia seguinte comecou bem cedo para avancarmos pelas dunas para ver o espectaculo do sol a nascer. Aqui ele nasce ao fundo por detras das montanhas que separam Marrocos da Argelia.
Ja o sol ia alto, com os copinchas na sorna para recuperar do acordar madrugador, decidi ir explorar as dunas.
Caminhei pela areia dourada fora com o objectivo de ver para la da duna mais alta mas mal chegava ao topo via em seguida outra ainda mais alta, e outra, e outra...
Mas esta travessia no deserto é algo que é absolutamente viciante. Caminhar e caminhar, subir e descer as dunas a medida que elas aparecem, desejando ir cada vez mais longe.
E uma sensacao unica, estar sozinho num local onde so existe o sol que brilha com mais vigor que nunca, o ceu azulissimo, uma imensidao de areia e o vento que trabalha incansantemente para alisar as dunas e apagar o rasto dos que por ali se aventuram.
E é surpreendente como ali, onde a partida so se veria areia, a paisagem nunca se torna monotona, nao se encontrando duas formacoes iguais.

No final do dia foi tempo de avancar pelo deserto novamente, desta vez em caravana, montado nas costas de um dromedario. Ao longo de duas horas e ao ritmo do por do sol dirigiamo-nos para o acampamento onde passariamos a noite.

A passagem pelo Auberge du Sud seria tambem a experiencia mais lusofona ate entao. A comecar pelo staff habituadissimo a receber Portugueses e que sabia dizer muitas palavras, a completar com espanhol. Nao e de admirar de todo, afinal foi atraves do site de um Portugues que praticamente se mudou para Marrocos e que nesta zona e mais conhecido que o tremoco, que ficamos a saber do Auberge e da possibilidade desta experiencia.

Tambem aqui conhecemos um grupo de cariocas que vieram de aviao e depois alugaram carros para andarem, como nos, a explorar Marrocos. A eles nos juntamos em parte da estadia e foi muito bom este intercambio Portugal-Marrocos-Brasil. E quem sabe se em Fevereiro nao estaremos na cidade Maravilhosa para o Carnaval ou eles no Porto em Junho para o Sao Joao...
A saida para a proxima jornada ainda conhecemos um grupo de 5 Portugueses que tinham chegado na noite anterior, enquanto acampavamos, e que faziam um percuso similar ao nosso mas em sentido inverso.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Marrocos é "fixe fixe"

Em Viagem, Dia 6

O dia prometia ser longo pois esperavam-nos mais de 600km de Fez ate Merzouga.
Nem imaginavamos que o fosse tanto pois comecamos logo por perder quase uma hora a procura da estrada que saia em direccao a sul e, ate chegarmos ao deserto, haviamos de atravessar o medio Atlas e o Alto Atlas.
Paisagens mais variadas nao poderiamos encontrar num so dia. Atravessar Maroocos de norte para sul permitiu-nos descobrir montanhas, vales, diferentes tipos de formacoes rochosas, diversos tipos de vegetacao, grandes variacoes de temperatura, aldeias perdidas nas montanhas, desfiladeiros, desertos e oasis. E ainda pasar por Ifrane a cidade a qual chamam a pequena suica, precisamente porque fica a elevada altitude e cuja arquitectura e vegetacao faz lembrar as cidades dos alpes suicos.

A diversidade das paisagens e tao grande aue obrigaria os meus amigos geologos/biologos a porem grande parte dos seus conhecimentos em pratica. Eu, como nao percebo nada do assunto, limito-me a apreciar e deixar-me encantar pelos cenarios que iam mudando a medida que os quilometros iam pasando.

Aproximamo-nos de Merzouga com o sol ja a bater no solo arido. Chegar ao Auberge du Sud teria sido tarefa herculeana nao tivessemos tido a sorte de sermos encontrados no caminho por um jipe do Auberge que voltava de Rissani onde tinha ouvido falar de uns Portugueses que pediam indicacoes de como la chegar.
O dialogo com o staff nao podia ter sido mais surpreendente e divertido. Assim aue algum deles nos via perguntava "Portuguesix tudo fixe?" ou "fixe fixe".
Estava mais que comprovqdo que nao eramos os primeiros Portugueses a parar por ali, bem pelo contrario...

Fez

Em Viagem, Dias 4 e 5

Em Fez decidimos contratar um guia local o que se revelou ser uma escolha acertada pois permitiu-nos rentabilizar ao maximo o tempo e facilitar-nos a orientacao. Era um marroquino cheio de pinta com quem aprendemos bastante sobre a cidade mas tambem sobre os habitos e costumes dos marroquinos, inclusivamente clarificar alguns mitos que nos ocidentais criamos sobre os muculmanos.
A medina de Fez e gigantesca e absolutamente labirintica. Se e muito facil uma pessoa perder-se noutras medinas mais pequenas ou menos confusas aqui e quase impossivel isso nao acontecer a generelidade dos turistas.
Esta dividida em varios bairros e, tal como as grendes medinas, existe uma imensidao de souqs (mercados) cada um especializado no seu comercio ou arte.
Em Fez visitamos ainda as portas principais de entrada na medina, o palacio real (a porta porque o interior nao esta aberto ao publico), a medersa, espreitamos as mesquitas (porque nao e permitida a entrada a nao muculmanos) e as alcacarias onde sao feitos os curtumes.
Para i jantar um merecido e enorme hamburger de camelo.

Assim, sobrou-nos ainda tempo para no dia seguinte voltar a Meknes (fica a 50km) para ver alguns locais que nos tinham faltado e vaguear de novo pelos seus pitorescos mercados, desta vez sem a pressao constante de uma chuva torrencial.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

De Chefchaouen ate Fez

Em Viagem, Dia 3

Acordamos cedo. Esperavam-nos 300km de viagem, a maior parte em curva e contra-curva, e varios pontos de interesse.
Paramos em Volubilis para visitar as ruinas de uma antiga cidade romana. Muito interessante este local e, a meu ver, completamente desenquadrado. Entre cidades tipicamente arabes um local destes.
Aqui conhecemos duas raparigas Canadianas. Nao estavam de ferias, mas sim a estudar. A estudar em Marrocos? Nao, claro que nao. E o sailing-semester. Um semestre em que saem do Canada de barco, onde estudam e vao parando pelo Mundo fora: Marrocos, Africa do Sul, Madagascar, India, Vietname, China, etc... Bem, acho que vou voltar a estudar... he he

Continuando... Depois de Volubilis, Meknes - uma das cidades imperiais.
Uma grande tromba de agua esperava por nos assim que chegassemos a praca El-Hedim.
Por entre mercados agitadissimos, multi-coloridos e onde tudo se pode encontrar, cobertos ou ar livre escapamos (ou nao), como pudemos, ao diluvio. Ainda deu para ver a Medersa (antiga escola religiosa), o lago, alguns souqs e num piscar de olhos a cidade imperial.

Ao cair do dia, ja a roupa tinha secado no corpo, pusemo-nos a caminho de Fez.

Tetouan e Chefchaouen

Em Viagem, Dias 1 e 2

Os primeiros dias de viagem sao um pouco dificeis de dissociar um do outro porque na verdade foram um unico e extremamente longo dia.
Saimos do Porto pelas 19h, depois de um dia de trabalho e de colocar as ultimas coisas nas malas.
Ja passava da meia-noite quando paramos em Faro para uma bifana, pica-pau e caldo verde e depois seguimos em direccao a Espanha mesmo a tempo de apanhar, em Algeciras, o primeiro ferry para Ceuta. Chegamos ao antigo bastiao Portugues, ainda hoje ocupado pelos Espanhois, tinha o sol acabado de exibir os primeiros raios.
Demos uma vista de olhos pela cidade de que tanto ouvimos falar nas aulas de historia e onde ainda se identificam marcas lusitanas: o forte, por exemplo, os brasoes e a propria insignia da cidade onde sao visiveis os escudos e as quinas.

Seguimos para Marrocos onde logo na fronteira comeca o assedio aos turistas: ajuda nas formalidades em troca de gorjeta e proposta para guia na cidade mais proxima.
La resistimos e seguimos para Tetouan por entre as imponentes montanhas do Rif. Ai dirigimo-nos a medina, a nossa primeira. La ruas antigas, estreitas, labirinticas, varios mercados, numa confusao de transiuntes, uma mistura de cheiros fetidos do peixe e carne, nauseabundos das alcacarias ou refrescante dos coentros e hortela.

Por entre montanhas, numa estrada nacional cheia de curvas, muitas vezes similar as que encontramos em Portugal para la do Marao, conduzimos ate Chefchaouen.
Chefchaouen e uma cidade pequena e a medina, nao deixado de ser labirintica, e muio mais limpa e agradavel. Diria mesmo pioresca com os seus muros e caminhos pintados de branco e azul.
Aqui nota-se que o turismo tem um peso muito maior na economia local o que faz com que o assedio seja muito grande e quase constante em algumas zonas.
Entre Tetouan e Chefchaouen conclui que os Marroquinos sao muito pprovavelmente o povo mais insistente e criativo na tentativa de vender algo, prestar um servico ou qualquer outra coisa que renda algum dinheiro e é muito cansativo conseguir faze-los desistir.
Nem a minha experiencia no Vietname me serviu de muito, aqui a persistencia é muito maior. Contudo, isso nao quer dizer que me tenha sentido de algum modo ameacado ou inseguro.

O dia tinha sido muito longo e por ali pernoitamos, naquela encantadora cidade encaixada entre montanhas.